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COM GRATIDÃO
Quando decidi entrar na vida pública, em 2016, confesso que não era algo que eu havia planejado. Minha trajetória como jornalista, que já soma quase 40 anos, sempre esteve focada em dar voz às pessoas, relatar histórias e, acima de tudo, buscar a verdade. No entanto, ao aceitar o desafio , primeiro de disputar a eleição, ter ficado como suplente, até ser chamado para ocupar a vaga, dois anos depois, de certa forma me fez ir entrando aos poucos na política. E logo no começo do mandato na Câmara de Curitiba, percebi os pontos comuns entre jornalismo e política: transformar a escuta em ação e as palavras em resultados, sem falar que nas duas atividades o fundamental é gostar de gente.
Dois políticos me receberam de braços abertos e me colocaram o partido PPS, hoje Cidadania, à disposição: o presidente da sigla, então Deputado Federal Rubens Bueno, e Hélio Wirbiski, vereador que vim substituir em 2019 para que ele assumisse a Secretaria de Esportes do Estado.
Nestes seis anos, na Câmara tive o privilégio de trabalhar pela cidade e pelos cidadãos, enfrentando desafios e buscando soluções para temas essenciais. Defendi a tarifa zero como um caminho para democratizar o transporte público, homenageei figuras inspiradoras da nossa comunidade, como os mais de 100 negros nos Dias da Consciência Negra, e participei ativamente de debates sobre mobilidade, saúde e tecnologia. Cada ação foi pensada para contribuir com uma Curitiba mais inclusiva, inovadora e humana. Minha proximidade com as iniciativas tecnológicas da cidade como Vale do Pinhão, Smart City Expo, Aceleradoras de Startups e Connect Week, entre outras, me levou a iniciar um doutorado em Inteligência Artificial.
Mesmo sem nunca ter me imaginado na política em mais de 50 anos de vida, acredito que fiz um trabalho relevante no legislativo municipal, com transparência, dedicação e o apoio de uma equipe extraordinária. Cheguei a assumir a Prefeitura da capital paranaense por nove dias e pude sentir ainda mais a responsabilidade de estar à frente da nossa cidade, fortalecendo o compromisso de ouvir e agir.
Por decisão própria, este ano optei por deixar o Legislativo. Como todo trabalho que a gente gosta, a despedida tem sabor de saudade. Mas quem quer ir para outro lugar precisa sair do lugar onde está. Vou seguir trabalhando por esta cidade, agora conhecendo o outro lado da moeda tornando isso uma vantagem para fazer mais e melhor. A gente se vê.